Manifestações – Um pensamento final

    Tudo começou como uma explosão inadvertida. A população se revoltou com o descaso político e o atual insucesso democrático. Milhões de pessoas saíram as ruas, protestaram e danos foram causados, afinal alguns “ovos” seriam quebrados, inevitável. E agora creio que talvez já seja possível uma reflexão sobre o todo, uma reflexão mais a fundo sobre a situação, sem destacar culpados ou inocentes, certos ou errados. Irei dividir essa “prosa” em algumas partes, para que seja mais fácil falar sobre o tema. Espero que apreciem o texto, assim como apreciei escreve-lo.

1. Democracia

    Falo primeiramente sobre este tema por julgar que seja um motivo óbvio, apesar de pouco tratado no meio dessa tormenta. Ora, na minha concepção, se há algo de errado na esfera política, em sua maioria, é porque os mecanismos de auto-correção da própria democracia falharam em corrigi-los. Explico:

   Democracia é  um regime de governo onde o poder emana do povo. No Brasil esse poder emana indiretamente, por meio da representatividade, o povo elege seus representantes baseado nas suas propostas, na sua ações anteriores. Logo, por uma razão de casualidade, se as decisões políticas não condizem com a vontade do povo e elas acontecem repetidamente, é porque o mecanismo de corrigir essas falhas foi falho. Ou seja, as pessoas não exerceram sua democracia, que não se limita apenas ao ato de votar.

   Mas sobretudo, o que fez a democracia “falhar” ? Certa vez disse Thomas Jefferson, um extraordinário pensador do assunto: para que a democracia funcione é necessário que o povo tenha educação, seja elucidado sobre seus direitos e vacinado contra as manobras políticas. Mas é essa a situação que vemos acontecer no nosso país? Temos o interesse político de se ter uma população consciente e bem informada do que anseia? Creio que isso seja uma pergunta retórica. Indo mais a fundo: Considero a sociedade como um organismo vivo, um aglomerado de pensamentos e interesses que podem tomar vida e mudar o curso do país, pode transpor as barreiras e finalmente exercer o poder da democracia. Tendo em vista este pensamento, então a culpa seria da sociedade inerte ou dos políticos que são eleitos por ela? Seria de uma parcela somente ou da sociedade como um todo?

    Muitos culpam determinadas regiões do país por elegerem determinados candidatos. Para mim isto é uma suposição burra! Perceba: Pela mesma razão que uma sociedade tem a capacidade de exigir dos seus representantes melhores ações, ela pode ter a própria ação de se mobilizar e politizar ela mesma assim como um sistema imunológico age sobre o corpo humano. Preconceitos e segregações não geram um ambiente melhor, pelo contrário, essas ações contribuem mais ainda para a desconstrução do sentimento nacional, do qual parecia só existir quando o assunto era esportes (ou parece ainda).

    Exercer a democracia, assegurar o seu direito a todos, proteger com unhas e dentes esse bem inestimável para a nação é a função da própria sociedade. Não são os políticos que ganham pela existência da democracia, e sim a sociedade que tem o seu poder garantido constitucionalmente. Logo, para terminar esse tópico, considero um erro algumas opiniões sobre um novo sistema totalitário no país, as ferramentas necessárias para um país melhor já estão prontas, clamando para serem usadas. Cabe a nós responder a este chamado.

2. Conceitos equivocados ou deturpados

    Toda a ação de protestar e exigir por uma nação melhor foi de fato lindo. Todavia é necessário elucidar alguns equívocos que surgiram no meio destas ações. Trago como um bom exemplo a figura abaixo:

Anonymous, Guy Fawkes ou V de Vingança?

Anonymous, Guy Fawkes ou V de Vingança?

    É engraçado como as pessoas usam símbolos sem ao menos saberem o seu significado. Alguns usam por causa do grupo Anonymous, como se representasse algo da moda, outros realmente conhecem o significado anarquista das páginas de V de Vingança, mas seria estranho um fundamentalista católico sair as ruas com esta máscara? De fato não, na verdade de todas as opções ele seria o mais correto, visto que Guy Fawkes era exatamente isto! Um fundamentalista católico, que planejava matar o rei protestante Jaime I visando um levante católico na Inglaterra, friso que o ideário anarquista não estava sequer em questão e sim a questão religiosa (onde há uma hierarquia bem definida).

    Logo, temos pessoas que defendem a democracia usando um símbolo que nos últimos tempos se perpetuou como anarquista? Acho então que estamos de frente a um equívoco. Um maior equívoco, sobretudo na minha concepção, aconteceu a medida que os protestos avançaram pelo tempo. Vivemos numa democracia partidária, é inevitável então termos partidos que buscam representar algo (em teoria). Inexoravelmente o movimento iria ter a presença política, então eu pergunto: qual é o problema nisso? Não estamos diante de um comício ou a promoção de um candidato – Aqui abro a ressalva de que não pertenço a nenhum partido ou anseio fazê-lo – mas sei dar crédito a vários movimentos menores que já buscavam representar os interesses da minoria. Muitos podem argumentar que o movimento deve ser apartidário e pronto, mas então qual é o problema das centrais sindicais? Qual é o problema dos trabalhadores unidos reivindicar por um país melhor, por uma condição de trabalho mais digna ? Não estão fazendo nada além de exercer a sua própria democracia. Em fim, é necessário reflexão e prudência quanto a este fato.

    Para terminar acho válida a menção de um mero detalhe. Muitos consideram de uma hipocrisia pessoas trajadas com a máscara de Guy Fawkes brandar o hino de não violência, pois essa representa, modernamente, o anarquismo. Ora, mas isso seria uma análise superficial, afinal o anarquismo por si só possui a sua vertente pacífica, invalidando assim esta conjectura. O que se deve, sobretudo, repudiar é o uso da ideologia de um regime de governo para cometer furtos e outros demais crimes, isto sim, uma total deturpação do ideário.

3. Ações Futuras

    Assim como é gritado em todo canto de que o gigante acordou é necessário que os movimentos continuem, mas sobretudo, com foco e propostas concretas. Bem vale os ditados “abraçar o mundo com as pernas” e “colocar os bois a frente dos carros” para esta situação. Cobrar por tudo e não focar em nada faz com o que a exigência seja confusa e não cative mais pessoas para a causa.

    Também creio numa necessidade de reivindicar algo e esperar o tempo para a proposta da solução. Sei que há tantas coisas para se reclamar por agora que temos uma ação encadeada na outra, isto é normal tendo em vista o grande número de falhas que nosso país possui no momento. Assim que as soluções, se plausíveis, sejam apresentadas e executadas de maneira correta, é necessário mudar para o próximo foco, seguir em frente.

4. Consequências esperadas

    Para concluir este texto e não deixá-lo demasiadamente longo, exporei o que creio que possa mudar no decorrer dos meses.

    Uma consequência que espero que aconteça é a politização da sociedade, ou seja, uma sociedade mais engajada nos problemas reais e diretos da sua comunidade e que busque a solução dos mesmos pelas vias democráticas de fato. Medidas que levem o conhecimento político aos menos instruídos é extremamente necessário também, visto que é uma questão moral eles possuírem tal conhecimento.

    Encadeando no pensamento anterior, uma maior politização sugere uma maior busca de conhecimentos e uma sociedade como um todo mais instruída, mais disposta a ler e sobretudo filtrar mais as informações que são passadas. Ressalto mais uma vez: estas mudanças devem partir da própria sociedade, não cabe aos governos implantarem isso, mas sim cada um possuir a consciência da necessidade do mesmo.

    Finalizando, redijo uma opinião mais personalíssima que as outras supracitadas. Defendi a democracia, a participação plural e abrangente, sem negar o direito a nenhum grupo, seja ele qual for a etnia ou religião. Todavia devemos lembrar que a beleza da democracia está justamente neste conceito sutil. O estado é laico, ou seja, livre de religiões, mas ele não é assim por capricho de alguém ou de um grupo específico. Ele é assim para defender a todos! O justo deve ser justo para todos e não para um deus em específico ou uma ideologia especifica. Não se pode impor a religião acima dos direitos civis garantidos constitucionalmente, caso contrário, não teremos uma democracia, uma opinião harmônica de uma sociedade plural, e sim um triste totalitarismo.

Manifestações – Um pensamento sobre [Parte 2]

    Os movimentos continuam. Como as águas de uma represa que implode e inunda as regiões adjacentes, o ideário se espalha pelo país. Protestos são arregimentados.  Ainda mantenho minha opinião de que sim! É isso que o país precisa.

    Todavia, da mesma forma que os movimentos continuam, perecem os mesmos erros anteriores. O órgão que nasceu com o proposito de defender continua agindo com truculência indiscriminada. E aqui cabe um adendo ao primeiro texto.

    Discutindo o tema, foram levantadas várias questões. Uma delas é que num movimento com 10.000 pessoas, por exemplo, é impossível não haver arruaceiros, pessoas com má índole, os vulgo “valentões”. Concordo com essa afirmação. Há de todo tipo de gente ali. Da mesma forma pela qual eu critiquei a polícia no meu texto anterior, eu estendo o meu comentário: há a necessidade de separar o mau manifestante do bom manifestante. Daquele que procura confusão e desordem ao que busca somente pelos seus direitos. E cabe a polícia focar estas pessoas!

    Pois bem, em tese deveria ocorrer isto que eu falei, e ocorre até em algumas capitais, porém, um novo protesto ocorreu no Rio de Janeiro. E novamente vemos a entidade de proteção a pessoa e patrimônio* agindo de forma truculenta e arbitrária.

    A nova atitude resume em confiscar qualquer eletrônico dos manifestantes*. Mas eu pergunto, em que base legal? Com qual finalidade? Será que eles não querem que seja filmado a suas ações?

    É uma bandeira a qual levanto: Toda e qualquer manifestação deve ser amparada legalmente. Não se deve agir a margem da lei, para não ser taxado como meliantes ou delinquentes. Assim como a polícia deve agir seguindo os protocolos legais! Chega de abuso de poder! Chega de desvio de finalidade! Os poderes legais que o direito administrativo confere a polícia não se expandem a atitudes baseadas em algum artigo inventado na hora. A opressão é crime, e deve ser combatida. Vivemos em um estado de direito e os relatos de ilegalidades cometidas não deveriam sequer existir.

    E por fim se a nossa querida Presidenta tiver a menor decência, espera uma atitude mais enérgica da União sobre esse grupo de polícias que mais parecem agentes da antiga Gestapo. Justamente ela, a presidente, que sofreu com torturas, perseguições, prisões e outras mazelas da ditadura no nosso país. Espera-se mais dela.

    Em breve postarei mais um texto falando sobre uma outra questão levantada em debate. A pluralidade de reclamações que tomam os protestos, se isso pode ser benéfico ou não a causa.

Segue um link com a matéria sobre o protesto no Rio:

http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,policia-prende-seis-manifestantes-em-protesto-no-maracana,1043217,0.htm

    Este link se refere ao trabalho em separar o manifestante bandido do manifestante que está ali em busca de respostas. Como também mostra a arbitrariedade da polícia, agindo sobre a bandeira de “dispersar” a multidão. Em fim. Muita água ainda irá rolar.

*Carece alguma fonte mais segura, quem possuir por favor colocar nos comentários, assim como comentários com criticas construtivas são bem vindos para um bom debate sobre o que ocorre no nosso país.

Manifestações – Um pensamento sobre

É irônico como acontecem certas coisas no Brasil. Atualmente está ocorrendo uma manifestação que deveria tomar as ruas de todas as capitais brasileiras. O movimento do passe livre, que visa a redução da tarifa na passagem do transporte coletivo público. A manifestação tem angariado cada vez mais pessoas para cobrar do Estado uma solução ao problema. O Estado, este que deveria resolver isso de maneira mais rápida possível e sempre visando o interesse da população, o que é melhor para a população, aciona a polícia, com o mérito de “proteger a ordem pública e o patrimônio”.

Bem amigos, é ai que começa a ironia. Temos de um lado policiais que estão lá para defender a ordem pública, e do outro lado manifestantes buscando um direito deles, buscando um país melhor, saindo de sua zona de conforto. Eles não recebem nada por isso, pelo contrário, querem ter suas finanças menos oneradas. A polícia até então vinha fazendo o seu trabalho, separando o joio do trigo, tirando os vândalos, aqueles que estavam lá com más intenções e não queriam nada além de caos e confusão, e deixando os manifestantes cobrarem por aquilo que tem direitos. Até então. Porém, senhores de ternos e gravatas sentados em suas acolchoadas poltronas de couro, achando que aquilo já passou do “limite” e que deveria ter um fim dão a ordem que separa na polícia o joio do trigo. A ordem que mostra quem é mal e quem é bom policial.

Foi usado de violência indiscriminada. Trabalhadores, manifestantes, transeuntes, nenhum foi poupado. “A ordem é clara, vamos cumprir” brada o soldadinho de chumbo. Fotógrafos da imprensa com equipamentos danificados, integridade física rompida, moral abalada. Manifestantes que buscam por aquilo que é o justo, que é o correto num país cheio de defeitos, sangram, gritam por socorro! Mas socorro a quem? Afinal, a ordem estatal para a defesa da integridade física da pessoa humana era a própria agressora.

E aqui nos vemos diante de mais uma nova ironia. Há tempos, um grupo de policiais, que lutavam e arriscavam suas vidas numa causa nobre de prender um bandido perigoso, traficante, foram presos e ameaçados de serem levados a julgamento, pelo simples motivo de que cumprirem seu trabalho. Fizeram uma decisão rápida, uma decisão que não poderia ser hesitada: deixar ou não deixar um bandido perigoso nas ruas? Mas será que estes outros policiais que tiveram tempo para analisar suas ações terão o mesmo destino daqueles outros?

Sinto pessimismo na minha própria resposta, infelizmente. Deixo claro aqui que não sou contra a polícia, não sou contra a sua existência e nem generalizo. Apenas deve ser feita uma separação do bom policial ao mau policial. Do policial que pensa, que age baseado nos seus valores, e sabe o que deve fazer para não exceder. Do policial que foi cercado por vândalos que queriam matá-lo, mas não atirou em ninguém, sacou a sua arma para defesa a sua própria vida, mas sem ferir a vida de outrem, e sobretudo, foi sábio com suas palavras quando fora entrevistado por uma mídia que quase sempre se mostra tendenciosa.

São necessários movimentos assim! É necessário a insistência. Infelizmente, nesse país dominado por abrutes, a dor é a consequência primária. Mas a longo prazo só assim, com manifestações, o nosso Brasil pode mudar. Só assim os políticos, que ainda são eleitos pelo poder dinheiro mas não por regiões brasileiras, irão realizar que a população lúcida, seja ela sulista, nordestina, nortista, tem voz para reivindicar por seus direitos.

A zona de conforto não vai durar para sempre, e precisamos sair dela. Inclusive aquele que vós escreve.

Guia mínimo de redação

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Redação

    Saudações, pessoal! Depois de um tempo sem escrever nada venho aqui novamente expor um pouco das minhas ideias. Como de costume procurarei ser breve no texto, para ser fácil e confortável a leitura.

    Há muito tempo eu procurava um tema que gerasse a motivação necessária e, como diz o ditado: “quem procura acha”. Hoje eu falarei sobre um guia mínimo de redação. Mas o jovem padawan esta se perguntando porque mínimo?

    Bem, eu não me considero o ás da escrita, tampouco sou completamente absento sobre o tema, me julgo capaz de produzir um guia mínimo, sem pretensões. Mas então porque um tema sobre redação ?

    Essa resposta é um pouco mais delicada e exige mais seriedade. Hoje eu tive a infeliz sorte de presenciar algumas redações do ENEM, e com isso constatar a triste realidade que muitas pessoas não possuem o mínimo conhecimento sobre como fazer uma redação DISSERTATIVA. Deixo bem claro isso, pois existem inúmeros tipos de textos que podem ser considerados uma redação, mas adentrarei apenas no campo da dissertação. Explicado o tema e suas motivações, julgo que está na hora de parar com o blá blá blá e começar o guia. Aqui vai:

  1. Não se põe titulo em redação

    Pessoal, é extremamente proibido titular a vossa redação, visto que o tema é como se fosse o título da mesma, logo, o examinador já sabe do que se trata, não faz necessária a inclusão da mesma.

    2. Respeitar as margens da folha de redação

   Outra dica importante! Não ultrapassar nem deixar dois dedos faltando na margem mostra um zelo com a redação, deixando-a esteticamente mais atraente ao examinador, dando uma boa impressão na primeira vista.

    3. Organizar as ideias com parágrafo

    É importante também organizar os pensamentos acerca do tema em parágrafos. Os professores costumam dar uma dica básica de introdução, desenvolvimento e conclusão, cada um com 3 a 4 linhas. Então jovem padawan não escreva apenas um parágrafo a redação inteira, deixe o Saramago’s style para Saramago.

   4. Ter uma letra legível

   Aqui não me refiro a uma letra bonita, a caligrafia perfeita; Me refiro a uma letra onde seja possível ler o que está escrito, sem precisar de deduções ou espremer o olho. Nesse ponto é necessário uma auto critica sobre a própria caligrafia.

    Com essas 4 dicas mínimas, você, jovem padawan, pode ter um desempenho muito melhor nas suas redações e, conseqüentemente, angariar mais pontos no seu enxame.

Preservar é necessário!

É um fato conhecido de todos de que a cada dia que se passa as nossas reservas naturais esvaecem, gerando problemas de cunho ambiental que se agravam cada vez mais, sendo um dos mais gritantes o aquecimento global, não adiantando negar que  este já afeta muitas pessoas ao redor do mundo. A falta de preservação da natureza vem sem tratada com muito idealismo e pouca prática, mas será que fazemos nossa parte neste contexto todo?

A preservação não se dá somente com a atuação das grandes empresas, mas sim com a atuação de cada um na melhoria do todo. As grandes empresas tem seu quinhão para colaborar com o fim. Reduzir o seus impactos ambientais nas etapas de produção, procurar sempre por elementos em observância com as normais internacionais, pesquisar e implantar projetos de reutilização de matéria-prima excedente.  Esses foram apenas exemplos simples que se seguidos pela grande maioria já causariam uma corrente contrária ao caminho que a degradação ambiental caminha.

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